sábado, 16 de janeiro de 2010

Borboleta

Todos os dias a borboleta de cores azuis saía siricutear pelo jardim.
As flores ficavam admirando sua beleza.
A rosa linda tinha inveja, era presa.
A borboleta, livre.
Quando lagarta sentia-se presa também, claro, não sabia que teria asas.
Ficava chorando baixinho no escuro da sua casca.
Tinha medo do que estava do lado de fora. Monstros?
Então, o dia chegou e ela abriu suas asas. Poderia voar?
Tentou ir até as margaridas a sua frente. Foi.
Dali pra frente estaria livre.
Tornou-se a Borboleta daquele jardim tão pequeno para o mundo, imenso para ela.
Em um dia cinza, ela ia passando para ganhar beijinhos das flores e um colecionador a pegou. Agulha no peito. Que dor!
Foi pra parede do consultório.
O jardim chorou, até a rosa invejosa.
Perderam-na.
Outra viria. Sempre vem.

Um comentário:

  1. Camila, isto é importante: este texto dá um belo livro infantil. Só faltam as ilustrações do Rafa. Que cês tão esperando?

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