terça-feira, 29 de junho de 2010

Tempo

Tempo é algo inexistente...
Amanhã nunca existe
Ontem nunca existiu
Hoje é algo que deixa de existir passado um segundo
E assim vai seguindo

De repente, ela se encarou no espelho
viu olhos cansados
tristes
e ficou se perguntando onde estava a menina?
ela acreditara em flores, sonhos e até no amor

Acendeu o cigarro e foi para a varanda
Ficava pensando em quando deixaria de existir.
essas angústias todas, realmente, são verdadeiras?
Ainda acredita em algo?
Continuava ali, sentada.
Nada passava pela cabeça, mas sentia uma dor pesada no peito.
Os monstros, todos, estavam de volta, rindo da cara dela
Dizendo o quanto na passava de uma tola.... ahahahahahahah tola hahahahahahha

Olhou, então, para as mãos... marcas de sua existência nesse caminho... um corte no dedo a fazia lembrar que, sim, estava viva... que vida vem levando?
Está sempre insuportavelmente irritada, passa diante do mar e vê apenas um monte de água... até ele perdeu a beleza perante seus olhos,,, ela que fora amante da lua, apaixonada pelo mar...
onde está o frio na barriga? aquele mesmo das paixões.
Se deu conta de sua apatia, mas não conseguia se quer chorar. tola. fato. tola.

Entrou. sentou. viu o relógio passando... horas... ela não era vida, não sentia a vida.
o vento lá fora anunciava chuva.
lentamente tirou a roupa e foi esperar por essa chuva. sentiu o corpo molhado. sentiu frio. nada. o coração continuava quieto. deixara de existir?

molhada. sozinha. ficou com os olhos para o mar. sentiu uma leve tristeza. ainda existia um resto de vida, triste, mas vida.