domingo, 31 de janeiro de 2010

Menina

Ai, menina!

Quando olho para os teus pés descalços

Sinto vontade de te abraçar

Linda

Olhos parados

Há uma solidão neles

Te levaria inteira para casa

Te daria carinho, amor

E quem sabe, numa tarde de sol

Te levaria para ver o mar

Sentados, admiraríamos

a silenciosa canção.

Nossos corações já não precisariam

de mais nada.

Ali, seríamos.

Picolé

Pena estar aqui sentada.
Olho para o vendedor de picolés.

- Tem de maçã?
- Nao.

Eu tomaria os de maçã
Todos.
E com os lábios gelados
Te beijaria. Todo.
Distância é para aqueles de coraçao pequeno.
Os grandes se encontram nos sonhos.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Frase

Gostei dessa que ouvi.

Pensar, a gente sempre pensa, mas daí a fazer...

Realmente.

Estou apaixonada.

Sim, não consigo parar de pensar.

São por elas, lindas.

As palavras doce e deliciosa.

Sinceras.

Sem mistérios.

Deliciosamente apaixonada pelos doces beijos.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Aflição

E então?
É isso?
Corre para um lado
Corre para o outro
Perdida.
Todas as janelas estão fechadas.
Falta ar.
Faz calor.
Tudo escuro.
Um grito de dor.
O coração se debate inteiro.
Quer sair, ser livre.
Mas está preso.

Megeras

Palavras que não saem
Ficam entaladas na garganta.
O corpo se debate todo
A angústia domina
Quer gritar. Dizer.
Não consegue.
Fecha os olhos
Nada.
Dentro apenas dizendo: sim.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Paralisia

Soprou o ar quente
Sentiu-se paralisada
Tinha medo de seguir
Seu coração dizia que sim.
Mas o medo a dominava e não ia.
Ficava.
Ali estava. Olhando o mundo a sua volta.
Quietinha.
Um passarinho cantava.
Olhava para trás e tinha tanta vontade de continuar.
Uma chuva caiu.
Molhada deu o primeiro passo.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Ratas

No meio da noite... a imagem de ratas correndo... fugindo e rindo de mim, nao eram ratas eram as palavras. Corri, peguei o caderno e sentada no banheiro escrevi.


Elas passam por mim correndo
Como ratas cruzam entre meus pés, pernas.
Quero pegá-las. Preciso escrever.
Fogem. Riem de mim.
Sinto-me desesperada, as quero. Todas.
Olho-as fascinada.
Corro atrás de uma, me interessa.
É mais rápida. Não me deixa tocá-la.
Vejo outra, perdida.
SEDUÇÃO. Corro. Alcanço. Agarro.

A sala escura está cheia delas.
São tantas, eu só tenho uma.
Vejo outra: MEDO.
Sou esperta, a domino com toda força.
Como combiná-las?
Outra chega sorrindo para mim, é marota.
Insinua-se. Deixa que eu a pegue com facilidade.
VONTADE.
Penso.
Sedução. Medo. Vontade.
Em que momento deveria começar a escrever sobre você?

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Horas perdidas. Tenho que encontrar-me.
O caminho da loucura ou da sensatez???

Dias cinzas

As estrelas estão todas escondidas
O céu cinza as cobre
Aquele brilho lindo é coberto pela sua amargura.
Elas querem sair, brilhar
Mas pesadamente
As nuvens carregadas não deixam
E as pobres estrelinhas ficam lá, lutando
Tentando libertar-se.
Sempre há um dia de sol e noites claras.
Que bom.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Cobra

Sabes que eu te tocaria agora, não?
Como cobra chegaria de mansinho
Arrastando-me até ti
E quando distraído, me aproveitaria
Subiria em teu corpo lentamente
Esfregando-me em tua pele, por entre tuas pernas
Apertando-te. Sufocando-te.
Tu serias meu, minha presa.
Sussurraria em teu ouvido palavras doces
Consumiria todo teu ser. Afogando-te em meu desejo.

As cobras nunca são boas, quando menos se espera te engolem.

Engoliria-te todo.
Dentro de mim, sugaria cada parte de ti.
Seríamos um só nessa digestão de amor.
E assim, contente, diria que agora me pertences.
Completo. Inteiro.
Como sempre quis.

Borboleta

Todos os dias a borboleta de cores azuis saía siricutear pelo jardim.
As flores ficavam admirando sua beleza.
A rosa linda tinha inveja, era presa.
A borboleta, livre.
Quando lagarta sentia-se presa também, claro, não sabia que teria asas.
Ficava chorando baixinho no escuro da sua casca.
Tinha medo do que estava do lado de fora. Monstros?
Então, o dia chegou e ela abriu suas asas. Poderia voar?
Tentou ir até as margaridas a sua frente. Foi.
Dali pra frente estaria livre.
Tornou-se a Borboleta daquele jardim tão pequeno para o mundo, imenso para ela.
Em um dia cinza, ela ia passando para ganhar beijinhos das flores e um colecionador a pegou. Agulha no peito. Que dor!
Foi pra parede do consultório.
O jardim chorou, até a rosa invejosa.
Perderam-na.
Outra viria. Sempre vem.

Eu me perderia nessa grandeza toda azul.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Dominante

Ela era vermelha, linda.

Seu cheiro, carinhosamente doce. O olhar dominava a todos, não tinha medo de penetrar. Chegava devagar, sorrateira, lindamente entorpecente.

Alguns desejavam ser dominados, se entregavam. Deixavam-se ser devorados por aquela boca quente, séria, encantadora. Outros morriam de medo. Debatiam-se, negavam aquela dominação, mas ao final: rendiam-se e, felizes.

Era seu prazer. Consumir cada um dos seres, suas dores, vontades, desejos. Começava pelos pés, saboreava-os pausadamente, subindo até chegar a sua parte preferida: o coração.

Ali, era capaz de passar horas, sentindo, enganando, degustando um coração perdido, entregue aos seus encantos. Era deliciosamente má. Ria. Uivava, até seu grande final, consumir totalmente aquele ser.

Mas era bom.

Ser parte dela era entregar-se ao mundo dos prazeres, dos sabores, dos desejos. Os seres consumidos gozavam por serem, estarem dentro daquele buraco infinito de sensações. Já não havia dois, somente um. Um ser de amor, de compaixão, de cumplicidade.

Logo, a defecação. Ela contente a procura de mais um.

Os seres? Merda como todas, fétidas e podres.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Escrevo tentando descamar-me, cada palavra é pele que vou retirando de mim mesma. Algumas saem facilmente, livres, aliviadas por serem retiradas.

Outras doem. Estão apegadas, coladas, não querem despertencer-me, são partes do meu ser, são eu.

E nesse processo, elas vão sendo tiradas ao vento, vou espalhando um pouco de mim, querendo ser acolhida. Cuidada.

Assim, vou descobrindo-me.

Rosas amarelas


Era uma tarde quente, seca. As folhas estavam estagnadas, nada se movia.

Ela estava sentada na varanda, olhando àquele jardim cheio de cores, silencioso e acidamente perfeito.

As flores precisavam de água, ela de vida.

Desceu até o jardim e começou a aguar as rosas, lindas, amarelas. O perfume lentamente tomava conta do seu pulmão, mais ainda, do coração. Quis ser flor.

Começou a molhar os pés, e sentiu aquela água fresca escorrer por entre os dedos, a poeira descia pela sandália. Molhou as pernas, das coxas a água ia escorrendo quente, molhando o pedaço da saia, seu coração sentia-se aliviado.

Acabou a água. Foi flor.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Continuaçao

O coraçao continua dizendo baixinho e suplicando pela presença daquilo que está tao longe. As lembranças adocicadas deixam um gostinho leve nos lábios, que pedem por mais.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Doce...

Há um cheiro doce no ar, não há sol.
É um dia silencioso, os pássaros cantam baixinho, as folhas se movem lentamente e a chuva vai caindo sem querer atrapalhar.
Trata-se daquele dia para ouvir o coração, que vai falando bem devagar o que quer, quase não o ouço, tenho que respirar devagar, pois escutá-lo não é terefa fácil, mas ele vai se abrindo e contando coisas que estavam guardadas na caixa das lembranças, me pede para que veja o agora, viva sem medo.
Há um longo caminho a seguir, só não sei qual escolher...
Saudade é a palavra.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Pessoas

Lindo encontrar pessoas queridas lá do passado e ver que deixamos marcas que nem mesmo lembrávamos, como cheiro, cançao, voz.
Adorei, cada uma dessas pessoas que reencontrei.