sábado, 16 de janeiro de 2010

Cobra

Sabes que eu te tocaria agora, não?
Como cobra chegaria de mansinho
Arrastando-me até ti
E quando distraído, me aproveitaria
Subiria em teu corpo lentamente
Esfregando-me em tua pele, por entre tuas pernas
Apertando-te. Sufocando-te.
Tu serias meu, minha presa.
Sussurraria em teu ouvido palavras doces
Consumiria todo teu ser. Afogando-te em meu desejo.

As cobras nunca são boas, quando menos se espera te engolem.

Engoliria-te todo.
Dentro de mim, sugaria cada parte de ti.
Seríamos um só nessa digestão de amor.
E assim, contente, diria que agora me pertences.
Completo. Inteiro.
Como sempre quis.

4 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Muito bom! Lembra um pouco Florbela Espanca (gosto muito!) mas tem um erotismo que dá uma malícia e uma dinâmica envolvente. Muito bom mesmo!

    Albino.

    PS. O comentário anterior (deletado) foi meu também, mas estava com a identidade de meu irmão.

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  3. Olá!
    Lindos poemas!
    Envolventes!
    E tem algo muito peculiar de força interna, de subjetividade transformada em palavra.

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  4. Adorei os textos!! Essa mulher vai longe!! beijo, Silvia

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